quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Chapeu, esse fashion esquecido

Chapéu:
poder político e moral religiosa


Chapeu, esse fashion esquecido mostra como a elegância tem retirado do mercado da moda um segmento tão importante como os chapeleiros, num país de tantos talentos e tradição na moda de chapéus. Um país que necessita de criação de mercados para gerar empregos se dá ao luxo de banir segmentos produtivos. O que não é para estranhar se pensarmos no segmento de beleza que são os produtos para cabelos e salões de cabeleireiros, além dos próprios profissionais envolvidos, é a ausência de acessórios como boinas, chapéus e uns bonezinhos turbinados. São Paulo e toda Região do Sul poderia tirar mais proveito da elegância e charme conferidos por estes acessórios. Aprenda a usá-lo, ou peça perdão à elegância, de joelhos.



Maria da Penha Vieira e
Suzana Bertioga
Janeiro, 16/2006

Parece mesmo não haver origem garantida para a palavra chapéu: chapeau, anteriormente chapel, em francês. Uns afirmam que viria do latim popular cappellus, diminutivo de cappa. Mas uma capa, necessariamente, não cobre a cabeça. O cappellus precisaria de um caput ( cabeça ), ou do afrancesado chapuis. Usando-se a palavra chapeau, que significa a parte superior e arredondada do champignon, chegamos mais próximo. Como chapel poderia ser uma corruptela para a palavra chapelle, capela ( capellus outra vez ), onde o uso de cobrir a cabeça é antigo, entre os religiosos, temos aí outra possibilidade. Mas a querer embrenhar-se pela etimologia da palavra, vamos acabar com uma karebaria, ou dor de cabeça em grego.

Se não se consegue chegar à origem da palavra do nosso chapéu, fica quase impossível precisar quando foi que o primeiro humano fez uso de pele de animal e com ela cobriu a cabeça como proteção contra as intempéries. Com isto não se pode dizer que neste momento teria surgido o chapéu na forma e concepção que hoje se tem. Apenas imagina-se que com tal ato descobriu-se as vantagens de se cobrir a cabeça, mas, o costume vem acompanhado o homem em toda sua evolução.

O que ressalta a possibilidade de que a necessidade do chapéu tenha sido uma invenção masculina está no fato de que nas lutas pela caça, nas guerras por tomadas de domínios, os homens tenham sentido a necessidade de cobrirem as cabeças contra agressões mortais. As primeiras armas, as pedras, com certeza, deveriam ser motivos de baixas entre os contendores e esse raciocínio leva a idéia de que os capacetes, os elmos foram os primeiros chapéus utilitários militares para os homens.

O primeiro registro da existência do que se entendeu como um chapéu foi descoberta em Tebas, mais tarde, outra em Pileus que tinha o formato de uma capa de pele com capuz, identificada pelos estudiosos, como “capa da liberdade” que era dada aos escravos, na Grécia e Roma, quando estes se tornavam homens livres. Todos, portanto, seriam chapéus masculinos.

Da Grécia Antiga, passando pelos Bizantinos e eclesiásticos, a moda dos chapéus mescla culturas, usos e costumes que chegam aos nossos dias sem que, ordinariamente, se tenha muita noção do tanto de informações históricas que nos comunicam fatos relevantes da Humanidade.

Alguns tipos de coberturas usadas na cabeça acabaram por se transformar em símbolos do status da autoridade ou da hieraquia militar no uniforme e enquanto o tempo passava, transformaram-se em um formulário de arte social bem como um acessório diário da vestimenta, mantendo sua função de protetor da saúde.

Tanto nas culturas ocidentais como nas orientais e asiáticas, a religião exigia o recato, e o Poder do rei, para o reconhecimento da importância do estrato social dos seus súditos, embora estes, quando diante do rei eram obrigados a despojarem-se de seus chapéus como sinal de subserviência. Nunca se usava chapéu na presença do rei ou da rainha e, somente eles cobriam a cabeça com sua coroa ou ornamentos reais, não permitidos aos súditos.

Até nos dias atuais muitas culturas exaltam e exigem que seus adeptos permaneçam dentro dos costumes mantendo as tradições, como é o caso do chador ou da burka de exclusivo uso feminino na religião muçulmana.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Advogadas dos Diabos




Nós do DominioFeminino não somos suscetíveis a arroubos de ufanismos e, deve ser estranho ver que isso venha de mulheres tão banhadas de hormônios conforme a bondade de Deus através da Natureza feminina. Deu-nos a Natureza Divina melhores aplicações para o uso dos nossos hormônios e em horas apropriadas, mas não por nosso controle.

Isto posto, seria razoável observar que, a Razão não é atributo do sexo masculino. Em política não se faz nada bem feito sem seguir um mínimo do uso da Razão e deixar de lado a emoção bem utilizadas e banalizadas pelas Esquerdas solidárias.

O espírito crítico constrói muito mais do que os aplausos fáceis e bajuladores. Criticar o inimigo é dar-lhe tempo para refazer suas estratégias. Ao criticar os iguais, os próximos, aqueles a quem amamos ou admiramos ou deles necessitamos urdimos formas de aperfeiçoar o pensamento, a ação, a atitude e, muito mais importante, estimulamos a capacidade de todos, para se aterem mais próximos ao que é verdadeiro do plano da Razão.

Nada constrói mais do que o espírito de porco do advogado do diabo. A ele cabe a pior missão que é está sempre levantando planos A, B, C, D, ou o que seja necessário para a sustentação do que é proposto e defendido por outros. Levantar o que ainda não foi visto ou reconhecido. Provocar, cutucar, instigar, irritar são maneiras que se tem de fazer com que se possa ir além do que não foi pensado e não seja pego em calças curtas. 

E para quem não sabe, dentro de empresas organizadas, estas pessoas valem ouro e são remuneradas para exercer a função. Também a psicanálise trabalha nesta direção. Ter alguém ao seu lado que olhe em direção a todos os ângulos e perceba o que você não viu é de imensa colaboração.

Porém, a função remunerada é gratificante, é reconhecida, é simpática, é valorizada.  Em outros  ambientes, o advogado do diabo é visto só como aquela pessoa que gosta de ser ranzinza e, consequentemente,  antipática. É o calo no calcanhar. Mas, DominioFeminino não se intimida com adjetivos de baixa rentabilidade que lhe sejam atribuído. E, para isso é preciso ter coragem. Nós temos. Essa é a nossa função suja, que ninguém deseja desempenhar porque não rende elogios.  Não há rosas sem espinhos, nem por decreto.

É isso que chamam chutar o pau da barraca, chutar o balde.

DominioFeminino não faz gênero. Não quer fazer gênero boazinhas, porque isso não é da natureza do nosso caráter, tão pouco daqui sairá candidata a cargo eleitoral. Exemplo disso, está aí, logo abaixo, nossa análise básica, sobre os últimos acontecimentos.


Algo se move
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 08/09/11

Talvez o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, estivesse sendo otimista demais, ou talvez ingênuo, quando comparou as marchas ocorridas ontem em diversas cidades do país com as da Diretas Já, ou mesmo com os protestos que culminaram com o impeachment do então presidente Collor.

As manifestações das Diretas Já começaram tímidas, mas tomaram conta do país, as contra Collor tiveram seu auge naquele domingo em que ele convocou o povo a sair de branco às ruas para apoiá-lo, e o país foi tomado, espontaneamente, por marchas de pessoas vestidas de preto.

O insucesso das Diretas Já, pois o Congresso acabou não aprovando a medida, culminou no sucesso da candidatura de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, encerrando a fase de governos militares no país e abrindo caminho para que em 1989 fosse eleito o primeiro presidente da República de forma direta depois de 29 anos.

Justamente Collor, que acabaria impedido pelo Congresso sob acusação de corrupção.

E é a corrupção que novamente move a cidadania em manifestações convocadas pelas redes sociais, sem uma liderança específica.

A mobilização da opinião pública, feita em meio a uma turbulência de informações, num sistema midiático diversificado como o que temos no mundo moderno, independe de lideranças.

DominioFeminino — Página 4/O País, no mesmo Globo de hoje, dia 8, quinta feira, no Box: Nas redes como nas rua:

"Espero que os cara-pintadas aumentem cada vez mais! Na época do Collor vencemos. Por que não vencer agora? Avante!" Sol Mainente.

Verdade? Tanto tempo depois DominioFeminino descobre, desolado, pelo grande erro cometido. Então as esquerdas unidas que não foram vencidas não estavam naquele episódio.  Nem agora, concluímos em nossa total cegueira. Os caras-pintadas ( deve ser por vergonha de se expor )  não são uma reedição do filme que no final, revelou o grande astro  Lindemberg Faria. Não foi então, uma força montada pelo PT e todos os partidos de esquerda aliado ao alarnjado DEM. E nós não sabíamos!

Essa organização autônoma, sem um comando central, é o que dá "significados políticos" ao potencial da internet, segundo o sociólogo Manuel Castells, um dos maiores estudiosos das novas mídias e suas consequências no mundo moderno.

DominioFeminino — Sim, isto até parece com o TeaParty americano. Chega a ser comovente. Surpreende que nunca, anteriormente, na história destepaiz tenha ocorrido tal manifestação sem comandos.

Ele identifica essas manifestações, como as que aconteceram ontem no país, como um "processo de transformação estrutural" que está em curso no mundo, com múltiplas dimensões: tecnológica, econômica, cultural, institucional.

Segundo ele, "a crise de governança está relacionada com uma crise fundamental, de legitimidade política, caracterizada pelo distanciamento crescente entre cidadãos e seus representantes".

Mas Castells adverte, citando o pensador italiano Antonio Gramsci: "A sociedade civil é o espaço intermediário entre o Estado e os cidadãos, no qual as instituições do Estado e as organizações populares podem interagir, trocar e negociar interesses e valores, em uma forma de cogovernança."

DominioFeminino — Ao ponto: então Gramsci está enterrado nisso tudo até o pescoço. Peguei o espírito da coisa! SE gramscianos aprovam, então, o fio da meada não está no lugar que se pensa.

A sociedade civil, portanto, não seria "contra o Estado", mas "um canal para a transformação do Estado, a partir da pressão organizada da sociedade, sem limitar o processo democrático representativo a eleições e à política formal".

DominioFeminino — Esclarecedor. Então o movimento contra o Collor, esse atual e os vindouros já são prévias da co-governança gramsciana e não contaram para as pessoas tituladas de cidadãos.

Essa mobilização espontânea tem maior significado ainda porque, no caso brasileiro, além dos problemas comuns que afetam de modo semelhante sociedades em diversas partes do mundo, como o distanciamento entre representantes e representados, temos sistema político montado para esterilizar a atuação política a partir do controle dos partidos pelo governo através da distribuição de cargos e de métodos mais radicais, como o mensalão.

DominioFeminino — O singular nisto tudo, é que durante a crise do Mensalão, no governo estava o ex-presidente Inácio Lula da Silva, o intocável porque forte. Nesta brechinha de falsa fragilidade da atual presidente todos se tornam corajosos e desafiadores e ainda tem a ajuda de Gramsci.

O governo Lula neutralizou a ação congressual, montando uma enorme aliança política com partidos completamente distintos programaticamente, mas com um ponto em comum: nenhum deles dá mais valor ao programa do que aos benefícios que possa obter apoiando o governo da ocasião.

Ao mesmo tempo, o governo tratou de controlar os chamados "movimentos sociais" com verbas generosas e espaços de atuação política quase sempre neutros, popularmente conhecidos como "oposição a favor".

A política sindical é o melhor exemplo dessa neutralização dos eventuais adversários. A Força Sindical, de Paulo Pereira, deixou de disputar poder com a CUT, e juntas ampliaram o espaço de atuação sindical.

Um exemplo de manobra nesse sentido foi a inclusão das centrais sindicais na distribuição da verba do imposto sindical obrigatório.

Não é por acaso, mas como consequência dessa política de controle dos movimentos sociais e dos partidos políticos, que os protestos em Brasília e nas outras cidades contra a corrupção e a impunidade não contaram nem com o apoio da UNE nem da CUT nem do MST ou outras organizações chamadas não governamentais, mas que dependem basicamente das generosas verbas do governo para existirem.

DominioFeminino — Para recordar, no Impeachment do ex-presidente Collor todos estavam unidos em 'torno de um só ideal'. A adesão de todos foi imprescindível para a consecução dos objetivos. O fato de que sindicatos, MST e UNE não estarem ostensivamente apoiando, não significa que não haja acordo de gaveta e explica-se pelo fato de que o núcleo duro do PT não está do lado da Presidente, no máximo, estão tentando manipular. Eis porque muito se tem falado e escrito sobre o fogo amigo do PT.

A OAB lançou um manifesto conjunto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), não por mera coincidência as mesmas entidades que deram suporte ao impeachment de Collor.

DominioFeminino — Essas convergências não deixam dúvidas de que há alguma coisa de muito podre no Reino do Bananal. O motivo: os interesses deles são totalmente diferentes dos interesses das pessoas enraivecidas e sem fonte de aporte financeiro e político.

Houve boas demonstrações de que o movimento é suprapartidário, desde o rápido incidente em Brasília com manifestantes vestidos com camisetas do PSOL - era proibido exibir bandeiras e símbolos partidários - até os cartazes improvisados, que pediam cassação tanto para os mensaleiros do PT quanto para os do DEM de Brasília e os do PSDB-MG.

DominioFeminino — guardamos seriiísmas reservas para acreditar que o PSOL, partido revolucionário e combativo tenha aceitado a proibição com essa brandura, sem que tenha sido instruído. Guarda a mesma desconfiança sobre qualquer movimento 'autônomo' e 'espontâneo' quando há total suporte e participação de políticos. E ao contrário do que afirma o colunista Merval Pereira, eles estavam lá em Brasília  e estarão no dia 20, no Rio de Janeiro.

O símbolo do mais recente escândalo do país, a deputada Jaqueline Roriz, absolvida por seus colegas de Câmara apesar de ter sido filmada recebendo propina, também se transformou em motivo central dos protestos em Brasília.

DominioFeminino — Curiosamente, segundo fartos relatos e ausência de cartazes durante as manifestações, nenhum nome dos 'corruptos' foi grafado pelos indignados autônomos.

Há uma grande manifestação marcada para o próximo dia 20, no Rio, com o apoio da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

DominioFeminino — As presenças da FIRJAN, tal como da OAB, ABI, CNBB e políticos   confirmam a impossibilidade da autonomia que querem nos fazer crer, tenha e esteja existindo nas passeatas.  Os interesses de todos estes não se coadunam com os interesses da população. Impossível que movimentos populares ocorram  com tanta velocidade de organização e gastos, sem a presença destas forças. 

O Supremo Tribunal Federal está na mira dos manifestantes, pois tem pela frente dois julgamentos fundamentais para a definição da luta contra a corrupção: o sobre a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa e o dos mensaleiros petistas.

O curioso é que a presidente Dilma, que deu início a esse combate à corrupção com ações enérgicas dentro de seu próprio Ministério, tenha ficado alheia a essa movimentação toda, tendo inclusive sido "protegida" das manifestações por barreiras até mesmo visuais.

Mesmo que tenha suspendido sua "faxina", por injunções políticas do esquema partidário que a levou à Presidência, Dilma agora já sabe que desencadeou um processo que dificilmente terá retrocesso. Talvez fosse mais inteligente reassumir seu comando.


O texto foi marcado pelo DominioFeminino, mesmo com  prejuízo da leitura poluída pelos grifos.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Como viveríamos sem reclamar


A exemplo dos políticos —  nossos representantes —,  igualmente o povo não quer ler, ouvir ou saber sobre nada que direcione para soluções dos assuntos brasileiros. As ovelhas malditas são o resultado da incapacidade para refletir. Nada que se escreva que não seja sobre problemas da hora, interessa ler. Ovelhas apenas seguem o pasto que indica o pastor.

Quem não sugere possibilidades de mudanças, não pode ter o direito de reclamar. Dos problemas brasileiros, sabemos todos. Mas e daí? Que solução você apresenta, senão aquelas paliativas, as mesmas que os políticos ?   Nem ao menos alteram as palavras que o DominioFeminino tem tuitado como #ClichesNojentos. ( clichês nojentos ) indicadores de hegemonia do pensamento assimilado e mantido pelo vício da preguiça mental.

Curiosamente, por iguais motivos, tanto o povo brasileiro quanto seus representantes não desejam ir às raízes dos problemas e, para aqueles, encontrar soluções. Se as soluções viessem, não teríamos mais tantos problemas, desses velhos que são nossas agruras; então, os políticos teriam pouco a nos prometer. Porém, como o povo habituou-se a votar em promessas e delas viver, teria dificuldades para se imaginar sobrevivendo sem ser enganado .

Vai falar mal do PT ou de qualquer outro partido, o que mais se tem a dizer sobre qualquer um deles e os que ainda virão, observando as mesmas leis ? Aqui, outra vez, um link para ler e de preferência, fazer esforço para compreender. Se discorda, quem sabe sua solução não é a melhor ?


A gaveta dos registros de partidos políticos 




Você deixou de ler estes ?


Diálogos sobre a servidão - Site VenenoVeludo


Neo-Escravidão dissimulada - Site do DominioFeminino